... Muito Além de Mim... Aqui dentro! ...


SEJA MIL VEZES BEM VINDO!!!

AQUI e no meu SITE:


http://www.guidhacappelo.com/
Emails para: guidha.cappelo7@gmail.com


MUITO ALÉM DE MIM é um Portal de Arte e Luz que dedico a todos, pra que seja uma fonte de energia onde você possa encontrar respostas, caminhos, ânimo, paz, algo que possa lhe ajudar a enfrentar as tempestades e desafios da vida.

Quero sempre lembrar que NÃO SOU terapeuta nem psicóloga, apenas uma artista plástica que adora ser ZEN, gosta de ajudar os outros e acredita firmemente que SOMOS TODOS UM!

Que ao sair daqui, você tenha ativado sua sensação de paz, harmonia e auto-confiança.

***************************************

... e até que nos encontremos de novo...

que Deus lhe guarde, serenamente,
na palma de Suas mãos!



*************************************************************

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

ESTAÇÃO DAS PERDAS - Aila Magalhães


ESTAÇÃO DAS PERDAS

Aila Magalhães





Há horas em nossas vidas

que somos tomados por uma enorme sensação

de inutilidade, de vazio...

Questionamos o porquê de nossa existência

e nada parece fazer sentido.

Concentramos nossa atenção

no lado mais cruel da vida,

aquele que é implacável

e a todos afeta indistintamente:

AS PERDAS DO SER HUMANO!





Ao nascer, perdemos o aconchego,

a segurança e a proteção do útero.

Estamos, a partir de então, por nossa conta.

Sozinhos.

Começamos a vida em perda e nela continuamos.

Paradoxalmente,

no momento em que perdemos algo,

outras possibilidades nos surgem.

Ao perdermos o aconchego do útero,

ganhamos os braços do mundo.

Ele nos acolhe: nos encanta e nos assusta,

nos eleva e nos destrói...





E continuamos a perder..

E seguimos a ganhar.

Perdemos primeiro a inocência da infância.

A confiança absoluta na mão que segura nossa mão,

a coragem de andar na bicicleta sem rodinhas

porque alguém ao nosso lado

nos assegura que não nos deixará cair...

E ao perdê-la, adquirimos a capacidade de questionar.

Por que? Perguntamos a todos e de tudo...

Abrimos portas para um novo mundo

e fechamos janelas,

irremediavelmente deixadas para trás...





Estamos crescendo.

Nascer, crescer, adolescer, amadurecer,

envelhecer, morrer, renascer(?)...

Vamos perdendo aos poucos alguns direitos

e conquistando outros.

Perdemos o direito de poder chorar bem alto,

aos gritos mesmo,

quando algo nos é tomado contra a vontade.

Perdemos o direito de dizer

absolutamente tudo que nos passa pela cabeça

sem medo de causar melindres.





Assim: se nossa tia às vezes nos parece gorda

tememos dizer-lhe isso.

Receamos dar risadas

da bermuda ridícula do vizinho

ou puxar as pelanquinhas do braço da avó

com a maior naturalidade do mundo

e, ainda, falar bem alto sobre o assunto.

Estamos crescidos e nos ensinam

que não devemos ser tão sinceros.

E aprendemos...

E vamos adolescendo...





Ganhamos peso, ganhamos seios,

ganhamos pêlos, ganhamos altura....

Ganhamos o mundo.

Neste ponto, vivemos em grande conflito.

O mundo todo nos parece inadequado

aos nossos sonhos... Ah! E os sonhos!!!

Ganhamos muitos sonhos

Sonhamos dormindo,

sonhamos acordados,

sonhamos o tempo todo.





Aí de repente, caímos na real!

Estamos amadurecendo...

Todos nos admiram.

Tornamo-nos equilibrados, contidos, ponderados.

Perdemos a espontaneidade.

Passamos a utilizar o raciocínio,

a razão acima de tudo.

Mas, não é justamente essa a condição

que nos coloca acima(?) dos outros animais?

A racionalidade,

a capacidade de organizar nossas ações

de modo lógico e racionalmente planejado?(???)





E continuamos amadurecendo...

Ganhamos um carro novo, um companheiro,

ganhamos um diploma.

E desgraçadamente perdemos o direito

de gargalhar, de andar descalço,

tomar banho de chuva, lamber os dedos

e soltar pum sem querer...

Mas, perdemos peso!!!

Já não pulamos mais

no pescoço de quem amamos

e tascamos aquele beijo estalado...





Mas, apertamos as mãos de todos,

ganhamos novos amigos,

ganhamos um bom salário,

ganhamos reconhecimento, honrarias,

títulos honorários

e a chave da cidade...

E assim, vamos ganhando tempo...

Enquanto envelhecemos.





De repente percebemos

que ganhamos algumas rugas,

algumas dores nas costas (ou nas pernas),

ganhamos celulite, estrias, ganhamos peso...

E perdemos cabelos.

Nos damos conta que perdemos também

o brilho no olhar,

esquecemos os nossos sonhos,

deixamos de sorrir...

Perdemos a esperança.

Estamos envelhecendo.





Não podemos deixar pra fazer algo

quando estivermos morrendo...

Afinal, quem nos garante

que haverá mesmo um renascer?

Exceto aquele que se faz em vida,

pelo perdão a si próprio,

pelo compreender que as perdas fazem parte.

Mas, que apesar delas, o sol continua brilhando

e felizmente chove de vez em quando.

Que a primavera sempre chega após o inverno,

que necessita do outono que o antecede...





Que a gente cresça e não envelheça simplesmente..

Que tenhamos dores nas costas

e alguém que as massageie...

Que tenhamos rugas e boas lembranças...

Que tenhamos juízo

mas mantenhamos o bom humor

e um pouco de ousadia...

Que sejamos racionais.

Mas, lutemos por nossos sonhos...





E, principalmente,

que não digamos apenas eu te amo.

Mas, ajamos de modo que

aqueles a quem amamos,

sintam-se amados

mais do que saibam-se amados.

Afinal, o que é o tempo?

Nenhum comentário: