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... e até que nos encontremos de novo...

que Deus lhe guarde, serenamente,
na palma de Suas mãos!



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segunda-feira, 3 de novembro de 2008

“Como será daqui pra frente?”


“Como será daqui pra frente?”


Uma professora de português
pediu à amiga escritora

que criasse um conto ou crônica
utilizando as novas regras ortográficas
para trabalhar com
seus alunos adolescentes.

A escritora, depois de muito relutar,
acabou
cedendo aos insistentes
apelos da amiga.


No dia da apresentação da aula,
os alunos estavam
mais dispersos
que o normal. A professora chegou a

pensar em mudar o tópico
mas as férias estavam chegando

e a matéria andava atrasada.


A professora notou que aos poucos
seus alunos participavam

da aula, fazendo comentários
ou complementando

alguma parte do texto.

Durante as aulas que vieram depois,
surgia
um comentário ou outro
que trazia a
crônica novamente à baila,
que era rapidamente

integrada à matéria do dia.
A turma evoluiu.


As provas mostraram que as novas
regras ortográficas

foram bem assimiladas pela turma,
que obteve
a melhor média
de notas da escola.


Outra professora resolveu
utilizar a crônica

em outra escola.
O resultado foi animador.




A crônica

“Como será daqui pra frente?”





“ Estive vendo as novas regras da ortografia.

Na verdade, já tinha esbarrado com elas

trilhares de vezes, mas apenas hoje que

as danadas receberam uma educada

atenção de minha parte.

Devo confessar que não foi

uma ação espontânea.


Que eu me lembre, desde o ano retrasado

que
uma amiga me enche o saco

para escrever a
respeito.

O faço com a esperança de que diminua


o volume de e-mails e torpedos

que ela me envia.


Em suma, que as novas regras

ortográficas a
mantenham sossegada

por um bom tempo.






Cai o trema!

Aliás, não cai... Dá uma tombadinha.

Linguiça e pinguim ficam feios sem ele

mas quantas pessoas conhecemos

que utilizavam o trema a que

eles tinham direito?

Essa espécie de "enfeiação" já vinha sendo

adotada por 98% da população

brasileira. Resumindo,

continua tudo como está.





Alfabeto com 26 letras?

O K e o W são moleza para qualquer internauta,

que convive diariamente com Kb

e Web-qualquercoisa.


A terceira nova letra de nosso alfabeto tornou-se

comum com os animes japoneses, que

tem a maioria de seus personagens e

termos começando com y. Esta regra

tiramos de letra.

O hífen é outro que tomba mas não cai.

Aquele tracinho no meio das vogais, provocando

um divórcio entre elas, vai embora.

As vogais agora
convivem harmoniosamente

na mesma
palavra.





Auto-escola cansou da briga e passou a ser autoescola,

auto-ajuda adotou autoajuda.

Agora, pasmem!

O que era impossível tornou-se realidade.

Contra-indicação, semi-árido

e infra-estrutura
viraram amantes,

mais inseparáveis que nunca.


Só assinam contraindicação,

semiárido e infraestrutura.


Quem será o estraga-prazer

a querer afastá-los?


Epa! E estraga-prazer, como fica?

Deixa eu fazer umas pesquisas básicas

pela Internet.


Huuummm... Achei!



Essas duas palavrinhas vivem ocupadíssimas,

cada uma com suas próprias obrigações.

Explicam que a sociedade

entre elas não passa


de uma simples parceria.

Nem quiseram se
prolongar no assunto.

Para deixar isso bem


claro, vão manter o traço.

Na contra-mão, chega um paraquedista

trazendo um paralama, um

parachoque e um parabrisa - todos sem tracinho.

Joguei tudo no porta-malas pra vender no

ferro-velho. O paraquedista com cara de

pão de mel ficou nervoso.

Só acalmou quando


o banhei com água-de-colônia numa

banheira de hidromassagem.


Então os nomes compostos

não usam mais hífen?


Não é bem assim.

Os passarinhos continuam com seus nomes:

bem-te-vi, beija-flor. As flores também

permanecem como estão: mal-me-quer.

Por se achar a tal, a couve-flor recusou-se a

retirar o tracinho e a delicada erva-doce

nem está sabendo do que acontece

no mundo do idioma português e vai

continuar adotando o tracinho.



As cores apelaram com um papo estranho sobre

estarem sofrendo discriminações sexuais e

conseguiram na justiça, o direito de gozarem

com o tracinho. Ficou tudo rosa-choque,

vermelho-acobreado, lilás-médio...

As donas de casa quando souberam da vitória da

comunidade GLS, criaram redes de novenas

funcionando por 24hs, para que a feira não se

unisse sem cerimônia aos dias da semana. Foram atendidas

pelo próprio arcanjo Gabriel que fez uma aparição

numa das reuniões, dando ordens ao estilo Tropa de Elite:

- Deixe o traço!

Deu certo. As irmãs segunda-feira, terça-feira e as demais,

mantiveram o hífen.



Os médicos e militares fizeram um lobby, gastaram

uma nota preta pra manter o tracinho. Alegaram que

sairia mais caro mudar os receituários e refazer as fardas:

médico-cirurgião, tenente-coronel, capitão-do-mar.

Uma pequena pausa para a cultura, ocasionada pelo

trauma de ler muitas pérolas do Enem e

Vestibular. Só por precaução...

Almirante Barroso não tem tracinho. Assim era chamado

Francisco Manuel Barroso da Silva. Sim, o cara era

militar da Marinha Imperial. Foi ele quem conduziu a

Armada Brasileira à vitória na Batalha do Riachuelo,

durante a Guerra da Tríplice Aliança.

No centro do Rio de Janeiro há uma avenida com seu nome

(Av. Almirante Barroso). Na praia do Flamengo, há um

monumento, obra do escultor Correia Lima, em cuja

base se encontram os seus restos mortais. Fim da pausa!



Acho que algumas regras pra este tracinho, até que simpático,

foram criadas por algum carioca apaixonado. Será que

Thiago Velloso e André Delacerda tiveram alguma participação

nas novas regras?

O R no início das palavras vira RR na boca do carioca.

Não pronunciamos R (como em papiro, aresta e arara),

pronunciamos RR (como em ferro, arraso e arremate).

Falamos rroldana e não roldana, rrodopio e não rodopio,

rrebola e não rebola.

Pois bem, numa das tombada do hífen, o R dobra e

deixa algumas palavras com jeito carioca de ser:

autorretrato, antirreligioso, suprarrenal. Será fácil lembrar

desta regra. Se a palavra antes do tracinho (nem vou falar em

prefixo) terminar com vogal e a palavra seguinte começar com

R é só lembrar dos simpáticos e adoráveis cariocas.



Mais uma coisinha: a regra também vale para o S. Fico até

sem graça de comentar isso, pois todos sabemos que o S é

um invejoso que gosta de imitar o R em tudo. Ante-sala vira

antessala, extra-seco vira extrasseco e por aí vai...

Quem segurou mesmo o hífen, sem deixá-lo cair, foram os

sufixos terminados em R, que acompanham outra palavra

iniciada com R, como em inter-regional e hiper-realista.

Estes tracinhos continuarão a infernizar os cariocas.

O pré-natal esteve tão feliz, rindo o tempo todo

com o pós-parto de uma camela pré-histórica que

ninguém teve coragem de tocar no tracinho deles.

Já o pró - um chato por natureza, foi completamente

ignorado. Só assim manteve o tracinho:

pró-labore, pró-desmatamento.





A vogal e o h não chegaram a nenhum acordo, mesmo com

anos de terapia. Permanecem de cara virada um pro outro:

anti-higiênico, anti-herói, anti-horário. Estou

começando a achar que as vogais são semi-hostis

com as consoantes...

O interessante é que as vogais quando estão próximas

umas das outras, não tem essa de arquiinimigas. Fizeram

lipo juntas e conquistaram uma silhueta antiinflacionária de

microorganismo. Sumiram todos os tracinhos, notaram?

Vogal-vogal, com as novas regras ficam magrinhas:

microondas, antiibérico, antiinflamatório, extraescolar...

Uma inovação interessante:

- Podem esquecer o mixto , ele foi sumariamente

despedido. Puseram o misto no lugar dele.





Fiquei bolada com essa exceção: o prefixo co não usa mais

hífen. Seguiu os exemplos de cooperação e

coordenado, que sempre estiveram juntas.

Não estou me lembrando no momento, de

nenhuma palavra que use co com tracinho.

Será que sempre escrevi errado?

Quem diria que o créu suplantaria a ideia!? Teremos que

nos acostumar com as ideias heroicas sem o acento agudo.

Rasparam também o acento da pobre coitada da jiboia.

O acento do créu continua porque tem o U logo depois.

Pelo menos a assembleia perdeu alguma coisa...

Resta o consolo em saber que continuamos vivendo

tendo um belíssimo céu como chapéu.”





Trabalho apresentado pelos alunos da

7ª série, turma 703:

Renata, Marcela, William, Yasmine e Jeffrei

Professora: Cecília

Semana da Língua Portuguesa

Colégio Bom Pastor

junho/2008





Crônica “Como será daqui pra frente?”

De: Elida Kronig

Aplicada pelas professoras Maria Helena e Cecília com sucesso aos alunos das turmas do

- Centro Comunitário Meninos de Deus

- Jardim Escola João Vicente

- Colégio Bom Pastor

- Colégio Prof. Francisco Barros

- Centro Educacional Bom Saber

e tem sido um valioso auxiliar nas palestras
e seminários de atualização da Língua Portuguesa.




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