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Que ao sair daqui, você tenha ativado sua sensação de paz, harmonia e auto-confiança.

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... e até que nos encontremos de novo...

que Deus lhe guarde, serenamente,
na palma de Suas mãos!



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domingo, 3 de agosto de 2008


QUINDIM NA PORTARIA



Estava lendo o novo livro do Paulo Hecker Filho, Fidelidades, onde, numa de suas prosas poéticas, ele conta que, antigamente, deixava bilhetes, livros e quindins na portaria do prédio do Mario Quintana:

“Para estar ao lado sem pesar com a presença”.

Há outras histórias e poemas interessantes no livro, mas me detive nesta frase porque o não pesar os outros com nossa presença é um raro estalo de sensibilidade.

Para a maioria das pessoas, isso que chamo de um raro estalo de sensibilidade tem outro nome: frescura.

Afinal, todo mundo gosta de carinho, todo mundo quer ser visitado, ninguém pesa com sua presença num mundo já tão individualista e solitário.

Ah, pesa.

Até mesmo uma relação íntima exige certos cuidados.

Eu bato na porta antes de entrar no quarto das minhas filhas e na de meu próprio quarto, se sei que está ocupado.

Eu pergunto para minha mãe se ela está livre antes de prosseguir com uma conversa por telefone.

Eu não faço visitas inesperadas a ninguém, a não ser em caso de urgência, mas até minhas urgências tive a sorte de que fossem delicadas.

Pessoas não ficam sentadas em seus sofás aguardando a chegada do Messias, o que dirá a do vizinho.

Pessoas estão jantando. estão preocupadas.

Pessoas estão com o seu blusão preferido, aquele meio sujo e rasgado, que elas só usam quando ninguém está vendo.

Pessoas estão chorando.

Pessoas estão assistindo a seu programa de tevê favorito.

Pessoas estão se amando.

Avise que está a caminho.

Frescura, jura? Então tá, frescura, que seja.

Adoro e-mails justamente porque são sempre bem-vindos, e posso retribuí-los sabendo que nada interromperei do lado de lá.

Sem falar que encurtam o caminho para a intimidade.

Dizemos pelo computador coisas que face a face seriam mais trabalhosas.

Por não ser ao vivo, perde o caráter afetivo?

Nem se discute que o encontro é sagrado. Mas é possível estar ao lado de quem a gente gosta por outros meios.

Quando leio um livro indicado por uma amiga, fico mais próxima dela.

Quando mando flores, vou junto com o cartão.

Já visitei um pequeno lugarejo só para sentir o impacto que uma pessoa querida havia sentido, anos antes.

Também é estar junto.

Sendo assim, bilhetes, e-mails, livros e quindins na portaria

não é distância: é só um outro tipo de abraço.

AUTORIA DO TEXTO: Martha Medeiros

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