“As pessoas me fazem sentir culpada pelo que tenho, pelo que sou e pelo que faço. Hoje pela manhã, analisando acontecimentos do dia anterior, após uma visita e relembrando outros fatos, cheguei a esta conclusão”. É assim que uma amiga inicia seu depoimento.
Olha, minha amiga, as criaturas ainda estão, na maioria, num estágio de vida onde a insegurança se sobressai. A educação que se recebe é toda ela voltada para a proteção, inibindo as forças latentes, que estão dormindo em nossa alma. Ao renascer, o Espírito vem com uma série de propósitos, programas, sonhos. Tudo para ser realizado aqui na Terra.
No entanto, os impedimentos do dia a dia, a ingerência dos pais e a fragilidade que lhe é própria, acabam por inibir suas iniciativas. Antigamente, na minha infância, os pais determinavam tudo, inclusive o lado da calçada que devíamos caminhar; escolha de roupas, etc. Hoje é bem diferente, vejo isso nos meus netos, eles decidem que roupa comprar, o que gostam de comer, aonde querem ir. São Espíritos mais desenvolvidos, com mais consciência do que buscam e querem. O domínio dos pais, na atualidade, é bem menor, favorecendo o desenvolvimento das crianças e jovens.
Então, se você foi uma pessoa dominada, que não desenvolveu seu jeito próprio de ser, fatalmente sofrerá com a opinião alheia. Sem iniciativa, dependerá de que uma outra pessoa a estimule para essa ou aquela realização e quase sempre formará sua opinião sobre si e sobre o mundo, de acordo com o que ouvir, ler ou ver.
Esse estado de dependência é prejudicial, advindo daí essa sensação de que ninguém gosta de você, que vêem você como isso ou aquilo, interferem em suas decisões.
Se você é dona de si, desenvolveu a capacidade de escolher o que é melhor para sua vida, se sabe e decide que caminho quer seguir na vida, toda e qualquer opinião alheia terá pouca relevância, não será tão importante e nem vai ferir seu coração.
Ela continua: “porque, Wilson, as pessoas simplesmente não ficam felizes por nós?
Criticam, desdenham e julgam”.
Ora, minha amiga, você está exigindo muito das pessoas. Cada um procura a sua felicidade, mesmo quando alguém toma alguma iniciativa de ajudar, quase sempre o que a pessoa faz é querer transformar o outro em escada para poder “subir” ao céu. A religião ensina isso, dizendo que é preciso fazer a caridade para estar com Deus, é necessário auxiliar o próximo para eliminar expiações e provas em sua vida.
É muito raro você ouvir de um pastor, de um padre ou de um expositor espírita que você precisa ser feliz para depois irradiar felicidade para o mundo, que é importante você ter a certeza de que as pedras do caminho podem ser demolidas, retiradas, com sua vontade e fé em si mesmo e em Deus. E mais, que o outro é um espelho de você, tudo que encontrar de errado, de sujo em outra criatura é porque em você existe aquela sujeira. Que à medida que você se limpar, se alegrar, aí sim, você estará em condições de dar apoio a alguém. E na verdade, quando você estiver assim, nem precisará estender a mão, porque seu próprio corpo e alma estarão automaticamente estendidos e prontos para acolher o Bem e realizá-lo no coração e alma das pessoas.
Ela clama: “Não suporto mais conviver com estes seres humanos, o que a vida quer me mostrar com isso? Por que vivo atraindo pessoas assim?.
Respondo:
Somos seres em elaboração e atraímos no outro aquilo que está incompleto em nós. Observe as pessoas que estão à sua volta, as doenças que acometem seu corpo, as situações que se repetem em sua vida e com certeza você terá um diagnóstico perfeito do que você foi, do que você precisa fazer e o que precisa transformar em você. Depois que fizer essa leitura, olhe a alma dessa criatura que está aí à sua frente, observe nela o que há de bom, abençoe isso. Perdoe, ela não está sabendo o que faz. Com essa atitude, você tira de seu corpo e alma a energia que ela transferiu para você. Deixe essa bagagem ali mesmo, não a carregue em suas costas, ela não lhe pertence. E siga seu caminho, realizando o melhor por você, a partir dessas preciosas informações que a criatura, mensageira de Deus, trouxe para o seu coração.
Lembre-se esse homem e essa mulher que estão aí à sua frente, acusando, apontando dedos, obstruindo sua vida, são setas sinalizadoras de perigo, deixe esse caminho e siga outro, faça você feliz, só você pode fazer isso.
“Será que elas me vêem com olhos de outras vidas?”. Sim, isso pode acontecer, trazemos em nossa atmosfera energética toda nossa história e algumas pessoas conseguem acessar esse nosso universo íntimo, seja porque tenham essa possibilidade de percepção, como também pode ser um processo em que nossa alma ou nosso anjo de guarda põe em evidência isso, para que essa “visão” possa trazer algo para facilitar nossas decisões da vida.
Agora, o que a pessoa vai fazer com aquela sintonia ou o que você vai fazer com a informação dada é um problema pessoal de cada um. Recebemos “toques” da espiritualidade para indicar a uma pessoa que ela deve caminhar por esse ou aquele caminho, se ao invés disso, preferimos criticá-la porque anda no caminho errado, é uma opção nossa.
O Universo coloca pessoas em nossa vida e através delas nos adverte sobre determinadas atitudes que estamos realizando. Se ao invés de refletir sobre a informação e observar como estamos agindo na vida, preferimos entender que a pessoa não tem nada a ver com nossa vida, que decidimos o que fazer por nossa própria vontade, e pronto, então, a responsabilidade é nossa.
Quem decide sua vida é você. Deus fez a sua parte, criou o ser humano com talentos divinos, eternizantes e dá a cada um a oportunidade de desenvolver esses talentos, para se tornar, por vontade própria, um ser divino. A escolha é pessoal. Porque na verdade, minha amiga, não são os outros que determinam nossas dores, tristezas e desastres. Nós é que elaboramos nosso corpo, nossa vida e nosso destino.
E para finalizar, essa amiga faz uma confissão interessante, dizendo: “Muitas pessoas me acham linda, me olho no espelho, e o que vejo é alguém comum; me acham antipática ou metida, na verdade sou tímida; me acham rica, a minha maior riqueza é meu espírito; acham que sou madame, dondoca. Sou uma pessoa que trabalha, faço todo tipo de atividade; me falam para ter religião, ir à missa, Sou toda espírito, alma. Deus é a minha fonte de inspiração”.
Saiba que se as pessoas me vissem assim, lindo, rico e metido, ficaria muito grato a todas essas pessoas, porque afinal de contas, quem não quer ser rico, de saúde e de dinheiro, para ter uma vida tranqüila; quem não ambiciona ser bonito, para espelhar isso aos outros; quem não deseja ser um fidalgo, agindo na vida como um gentleman, pleno de afabilidade para com o semelhante e por fim, todos queremos, não estarmos na religião por acaso e nem para passear nos templos, mas sim para estarmos religados a Deus, para que dessa comunhão se possa tirar coragem, discernimento e solidariedade, ferramentas importante e indispensáveis para nossa paz e alegria.
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