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Quero sempre lembrar que NÃO SOU terapeuta nem psicóloga, apenas uma artista plástica que adora ser ZEN, gosta de ajudar os outros e acredita firmemente que SOMOS TODOS UM!
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... e até que nos encontremos de novo...
que Deus lhe guarde, serenamente,
na palma de Suas mãos!
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domingo, 13 de março de 2011
O Bosque - AD
Tempos atrás eu era vizinho de um médico cujo hobby
era plantar árvores no enorme quintal de sua casa.
Às vezes, observava da minha janela o seu esforço
para plantar árvores e mais árvores, todos os dias.
O que mais chamava a atenção, entretanto,
era o fato de que ele jamais regava as mudas que plantava.
Passei a notar, depois de algum tempo,
que suas árvores estavam demorando muito para crescer.
Certo dia, resolvi então aproximar-me do médico
e perguntei se ele não tinha receio de que as árvores não crescessem,
pois percebia que ele nunca as regava.
Foi quando, com um ar orgulhoso,
ele me descreveu sua fantástica teoria.
Disse-me que, se regasse suas plantas,
as raízes se acomodariam na superfície
e ficariam sempre esperando
pela água mais fácil, vinda de cima.
Como ele não as regava,
as árvores demorariam mais para crescer,
mas suas raízes tenderiam a migrar para o fundo,
em busca da água e das várias fontes nutrientes
encontradas nas camadas mais inferiores do solo.
Assim, segundo ele,
as árvores teriam raízes profundas
e seriam mais resistentes às intempéries.
Essa foi a única conversa que tive
com aquele meu vizinho.
Logo depois fui morar em outro país,
e nunca mais o encontrei.
Vários anos depois, ao retornar do exterior
fui dar uma olhada na minha antiga residência.
Ao aproximar-me, notei um bosque que não existia antes.
Meu antigo vizinho havia realizado seu sonho!
O curioso é que aquele era um dia
de um vento muito forte e gelado,
em que as árvores da rua estavam arqueadas,
como se não estivessem resistindo ao rigor do inverno.
Entretanto, ao aproximar-me do quintal do médico,
notei como estavam sólidas as suas árvores:
praticamente não se moviam,
resistindo implacavelmente àquela ventania toda.
Que efeito curioso, pensei eu...
As adversidades pela qual aquelas árvores tinham passado,
tendo sido privadas de água,
pareciam tê-las beneficiado de um modo
que o conforto o tratamento mais fácil
jamais conseguiriam.
Todas as noites, antes de ir me deitar,
dou sempre uma olhada em meus filhos,
debruço-me sobre suas camas e observo como têm crescido.
Freqüentemente, oro por eles.
Na maioria das vezes, peço para que suas vidas sejam fáceis:
"Meu Deus, livre meus filhos de todas
as dificuldades e agressões desse mundo".
Tenho pensado, entretanto,
que é hora de alterar minhas orações.
Essa mudança tem a ver com o fato de que é inevitável
que os ventos gelados e fortes nos atinjam e aos nossos filhos.
Sei que eles encontrarão inúmeros problemas e que, portanto,
minhas orações para que as dificuldades não ocorram,
têm sido ingênuas demais.
Sempre haverá uma tempestade, ocorrendo em algum lugar,
portanto, pretendo mudar minhas orações.
Farei isso porque, quer nós queiramos ou não,
a vida não é muito fácil.
Ao contrário do que tenho feito,
passarei a orar para que meus filhos
cresçam com raízes profundas,
de tal forma que possam retirar energia
das melhores fontes, das mais divinas,
que se encontram nos locais mais remotos.
Oramos demais para termos facilidades,
mas na verdade o que precisamos fazer
é pedir para desenvolver raízes fortes e profundas,
de tal modo que quando as tempestades chegarem
e os ventos gelados soprarem,
resistiremos bravamente
ao invés de sermos subjugados e varridos para longe.
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