Talvez a mais rica,
forte e profunda
experiência da
caminhada
humana seja a de
ter um filho.
Ser pai ou mãe é provar os limites
que constituem o sal e o mel
do ato de amar alguém.
Quando nascem,
os filhos comovem
por sua
fragilidade,
seus imensos
olhos, sua inocência e graça.
Eles chegam à nossa vida
com promessas de amor incondicional.
Dependem de nosso amor,
dos cuidados que temos.
E retribuem com gestos que
enternecem.
Mas os anos passam e os filhos crescem.
Escolhem seus próprios
caminhos, parceiros e profissões.
Trilham novos
rumos, afastam-se
da matriz.
O tempo se encarrega
da formação de novas famílias.
Os netos nascem.
Envelhecemos.
E então
algo começa
a mudar.
Os filhos já não
têm pelos pais
aquela atitude
de antes.
Parece que agora só os ouvem
para fazer críticas,
reclamar,
apontar falhas.
Já não brilha
mais nos olhos deles
aquela admiração da infância.
E isso é uma dor imensa para os pais.
Por mais que disfarcem,
todo pai e mãe percebem
as mínimas faíscas no olho de um filho.
Apenas
passaram-se alguns anos e
parece que
foram esquecidos,
os cuidados e a sabedoria
que antes era referência para tudo na vida.
Aos poucos, a atitude dos filhos
se torna cada vez mais impertinente.
Praticamente não ouvem mais
os conselhos.
A cada dia demonstram mais impaciência.
Acham que os pais têm opiniões superadas,
antigas.
Pior é quando implicam com as manias,
os hábitos antigos, as velhas músicas.
E tentam fazer os velhos pais adaptarem-se
aos novos tempos,
aos novos costumes.
Quanto mais
envelhecem os pais,
mais os filhos assumem
o controle.
Quando eles estão bem idosos,
já não decidem o que querem fazer
ou o que desejam comer e beber.
Raramente são ouvidos quando
tentam fazer algo diferente.
Passeios, comida, roupas,
médicos, tudo,
passa a ser decidido pelos filhos.
E, no entanto, os pais estão apenas idosos.
Mas continuam em plena posse da mente.
Por que então desrespeitá-los?
Por que tratá-los como se fossem
inúteis ou crianças sem discernimento?
E, no entanto, no fundo
daqueles olhos cercados de rugas,
há tanto amor.
Naquelas mãos trêmulas,
há sempre um gesto que abençoa,
acaricia.
A cada dia que nasce, lembre-se,
está mais perto o dia da separação
Um dia, o velho pai já não estará aqui.
O cheiro familiar da mãe estará ausente.
As roupas favoritas para sempre dobradas
sobre a cama,
os chinelos em um canto qualquer da casa.
Então, valorize o tempo de agora
com os pais idosos.
Paciência com eles quando se recusam
a tomar os remédios, quando falam
interminavelmente
sobre doenças,
quando se queixam
de tudo.
Abrace-os apenas, enxugue as lágrimas deles,
ouça as histórias, mesmo que sejam repetidas,
e dê-lhes atenção,
afeto...
Acredite: dentro daquele velho coração brotarão
todas as flores da esperança
e da alegria.
Texto: do Momento Espírita
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