DE ESPIRITO A ESPÍRITO, COM CARLITOS* - NAS ASAS DA CANÇÃO
(Vendo com o Coração, Sentindo com o Espírito, e Rindo Muito...)
Quem só vê com os olhos do corpo, perde tanto.
Há muito mais para se ver. Há tanta maravilha em coisas simples.
Como ver a cor do amor fluindo entre os corações e fundindo-os na luz.
É cor de rosa misturada no dourado. É amor tornando-se sol!
Como ver um espírito voando para além do seu corpo caído no solo.
É luz desprendendo-se e subindo depois das provas terrestres.
Como ver um botão de flor desabrochando na aurora, entre o sereno e o sol.
É vida encontrando vida. Os raios solares beijando a flor, e a natureza rindo.
Como ver um amigo, que um dia partiu, bem vivo na sua frente, como espírito livre.
É vida encontrando vida, por entre os planos, entre o Céu e a Terra.
Como ver além do horizonte, pelas janelas celestes que Deus abre aos homens.
É ver com o espírito! Sim, ver os olhos brilhantes do amigo que voltou, e rir junto.
Como ver a aura de uma canção e dizer que ela é azulada, como o céu da gente.
É ver o som e escutar com o coração. E agradecer pelo presente de sentir e saber...
Como ver o amigo, que veio do Astral, na sala da gente, contente de estar junto.
É ver com alegria que a morte não mata a consciência, pois o amor é maior.
Como ver os olhos castanhos do amigo permeados pelo azul do céu, e cheios de vida.
É ver por entre as lágrimas de admiração e amizade, que o tempo não apagou.
Como ver a vida igual criança, sempre pronto para aprender e girar no vento...
É ver a magia que é viver. É brincar de ser gente. É ver o Eterno no riso de alguém.
Como ver o Multiverso no verso do poeta, e o Todo em tudo!
É ver estrelas sem luneta ou telescópio, só com o coração.
Como ver muitos mundos num só, dentro da imensidão da vida...
É ver dentro do Coração do Supremo, de onde surge o Grande Amor.
Como ver a chuva caindo na noite, admirado, junto com meu amigo.
É ver o próprio coração lavado nas lágrimas de agradecimento.
Como ver as Mãos do Ancião dos Dias tecendo mundos e sóis na imensidão sideral...
É ver o Grande Mago criando, e saber que, assim também é dentro de cada coração.
Como ver o meu amigo, que ficou cego nos últimos anos de vida e, agora, vê tudo.
É ver mesmo, mais do que só olhar. Como criança, girando no Vento do Eterno...
Como ver o próprio coração virar sol no meio da noite, nas asas de um Grande Amor.
É ver que o coração do amigo também virou sol, escutando a mesma canção**.
Como ver a amizade real, que não se apaga... Como ver alguém querido tão bem!
É ver por entre as lágrimas e, ao mesmo tempo, rir junto, igual a crianças do Eterno.
Como ver a alegria do meu amigo vendo através das coisas e rindo para valer.
É ver o quanto ele está lindo, e agradecer ao Supremo, por ter um amigo assim.
Como ver que ele vê o real, além do ilusório das aparências. Ele vê o espírito.
É ver o amor no olhar dele, por também encontrar o amor no meu olhar.
Como ver a flor, o sereno, o sol, a chuva, o Multiverso, o verso, e tudo mais...
É ver além... Com o coração. Escutando a canção, e rindo junto.
P.S.: Há tanto para se ver...
Há um Grande Amor.
E não há coração que o segure.
Ele simplesmente transborda...
E o Carlitos, o meu amigo, está aqui.
Também transbordando...
E eu não sei mais o que dizer.
Pois, quando o coração fala ao coração,
Não há mais nada a dizer.
Com carinho e admiração.
Valeu, Carlitos.
Paz e Luz.
(Esses escritos são dedicados a Helena e Maria Luz - que, mais do que minhas filhas, são duas estrelinhas amigas -, e a todos os meus amigos, reais e verdadeiros, de todos os lugares. Eu poderia nomeá-los aqui, mas são muitos. E eles sabem quem são, e o quanto me sinto honrado de privar de sua amizade e lealdade.)
- Wagner Borges – amigo do Carlitos, viajante espiritual, mais espiritualista do que nunca, e eterno neófito do Todo, ao qual sempre agradece, por tudo.
São Paulo, 01 de janeiro de 2009.
- Notas:
* Carlitos – é um grande amigo meu, de Salvador, Bahia, que desencarnou há uns dez anos. Viveu 80 anos, boa parte deles envolvido em estudos e trabalhos espirituais. Ajudou a muita gente. Devido a complicações causadas por diabetes, perdeu a visão e ficou cego nos últimos anos de vida. Mesmo assim, continuou bem humorado e estudando as coisas do espírito, sua grande paixão. Gostava muito de música, e eu alguns amigos sempre gravávamos algumas coisas legais para ele. Além da música New Age (ele apreciava bastante os CDs de Aurio Corrá), ele também gostava muito de música celta e, nos últimos tempos de vida, ele apreciava até algumas coisas de rock progressivo que gravei para ele, como Yes e Tangerine Dream.
** Enquanto ele esteve aqui em casa, estava rolando no som o CD “Earth Song” - da banda celta Secret Garden. As músicas “Sometimes When it Rains” e “Always There” – 1ª e 4ª faixas do CD, respectivamente -, são maravilhosas e muito inspiradas.
Depois, ainda lembrando-me dele, coloquei o CD “Dreamcatcher” – também do Secret Garden -, para rolar no som. A música “Prayer” – 2ª faixa do CD – é linda. Trata-se de uma prece musicada. É coisa de derreter o coração nas ondas do amor.
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