Toda vez que sento em frente ao meu monitor, peço aos meus mestres que me
inspirem para que eu possa sempre levar, através das palavras, mensagens de
paz e de acalanto ao espírito, de todos vocês, meus queridos leitores.
Nessa atualidade em que vivemos, muitos são os temas em que um humilde
escritor como eu pode trazer à tona. Afinal, são tantas as injustiças com que
nos deparamos no decorrer de nossa vida que a cada dia poderia se escrever
um novo artigo, com um novo tema.
Confesso que a cada semana me surpreendo com o discurso de um político,
na busca do poder; fico indignado com a miséria absoluta em que vivem
famílias inteiras, nesse nosso país. Causa-me repulsa das pessoas que se
aproveitam para ainda enganar e ludribiar essa gente humilde e carente d
e vida. Revolta-me ver pessoas que tudo têm e nada fazem por alguém e
que ainda humilham e desprezam gente simples que são como nós,
filhos do mesmo Deus.
Nós, nas grandes cidades tendemos a achar que a vida é linda e maravilhosa
e que todos tomam café, almoçam e jantam como nós; e educam seus filhos
em uma boa escola, com direito a uma merenda decente.
Esquecemos que existem famílias que vivem com menos de um real por dia
e que catam e comem lixo há poucos quilômetros de distância dos grandes
centros urbanos.
Desconhecemos o fato de que existem adolescentes que não sabem ler
e muito menos escrever ou ter discernimento para interpretar um texto por mais
simples que seja; portanto, não dá pra ser feliz sabendo que grande parte dos
nossos irmãos não têm acesso à educação e vivem como animais excluídos da vida.
Por isso, muitas vezes sou recorrente em meus temas. Na verdade, intuído
por meus mestres, toda vez que me sento para escrever um artigo, redijo
o que é necessário ser escrito, utilizando sempre o dom das palavras
que me é dado e porque palavras são sementes e têm o poder de atravessar
oceanos.
Quando recebo e-mails de irmãos que estão do outro lado do mundo,
tenho a certeza de que não estou sozinho e de que minha humilde mensagem
é absorvida por inúmeras pessoas de luz.
Semana passada, um episódio acontecido aqui em São Paulo me entristeceu
profundamente, quando vi uma tropa de choque em confronto com
uma população carente; cumprindo um mandado de reintegração de posse,
famílias inteiras jogadas ao vento e à chuva sem ter onde sequer aguardar
uma decisão da justiça. Crianças, bebês e trabalhadores vendo seus barracos
derrubados e incendiados, com suas coisas, amealhadas com o suor do seu
trabalho, provavelmente ainda pagando a prestação, jogadas ao relento.
A lei assim determinou a retirada das famílias. Lei é lei, mas aqui não é justa
com os humildes e com os necessitados e eu diria que com a grande
população negra desse país.
Nesse momento, nenhum movimento social foi acolher aquelas pessoas,
nenhum político lá apareceu para lhes dar abrigo.
Pelo contrário, apareceu sim: uma senhora de classe média que se
aproveitando daquela situação indefesa e miserável das pessoas,
enganou uma pobre mãe e roubou-lhe a filha recém-nascida.
Que Babel é essa? Que mundo é esse onde escândalos surgem todos os dias
com o raiar do sol e dão lugar a outro novo escândalo com o nascer da lua?
É bem provável que nesse momento em que escrevo outros escândalos
irão surgir. Sei que muitos irão dizer que estou sendo piegas, que em meio
àquelas famílias deveria também existir baderneiros para instigar o caos,
mas em qualquer lugar existe o joio e o trigo e nós sabemos muito bem
a diferença.
Enquanto políticos sobem em palanques, enquanto relutam em deixar
o poder, enquanto enganam e oferecem migalhas à população, enquanto
festejam em seus palácios e gabinetes, enquanto mandam e desmandam em
seus currais eleitoreiros, trabalhadores e gente simples e honesta são jogadas
e esquecidas ao relento, à mercê de aproveitadores na pele de cordeiros.
Crianças andam quilômetros para chegar a uma escola, no sertão nordestino,
que muitas vezes é debaixo de um pé de manga, pois lá não existem salas;
mães navegam horas e horas em cima de uma canoa rudimentar na Amazônia,
para chegar a um posto de saúde, com seu filho doente.
Idosos são largados no chão de hospitais por falta de leitos, no Pará.
Crianças são alvejadas por balas perdidas no Rio.
Sou uma pessoa otimista. Acredito que existam pessoas sérias, mas não dá
para não ter indignação diante de tanta barbárie e de tanta insensatez.
Se você entende o que digo...
Muito prazer, eu sou você.
Pense nisso.
Texto revisado por: Cris
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